Vocês sabiam que a Susi chegou ao Brasil primeiro do que a Barbie? Pois é, isso aconteceu porque a Susi é brasileira. Ela nasceu em 1966, sendo uma das pioneiras no ramo de “fashion doll’.
Por outro lado, embora a Barbie tenha sido criada bem antes, em 1959, ela só chegou aqui no Brasil em 1982, ocasião em que as vendas da Susi despencaram. E, por questões contratuais da Estela e Mattel, ela deixou de ser vendida para que a Barbie ficasse em seu lugar.
Mas antes de falarmos sobre a influencia da Barbie no mundo, precisamos relembrar do Falcon, um boneco desenvolvido pela Estrela especialmente para os meninos. Ele tinha características físicas que representavam um ideal de “masculinidade” e “virilidade”, como podemos perceber pelas “roupas de guerra”, cicatriz no rosto e barba cumprida.

Apesar do Falcon ter sido idealizado para agradar os meninos, a prática foi bem diferente. Falcon foi comprado pelas meninas e virou o namorado da Susi.
Mas, vocês sabem qual era a maior diferença entre Barbie e Susi? Os acessórios. A Barbie foi a primeira boneca a ter coleções de roupas que poderiam ser adquiridas separadamente.
E um dos acessórios mais vendidos da Barbie foi…. Adivinhem só! O Ken!
Ken foi criado como uma estratégia da Mattel para personalizar a Barbie. Isso significa que o Ken existia por causa da Barbie e para ela. Bom, nem preciso dizer que isso contrariava todos os aspectos da história, né?
Lembrem-se que a objetificação feminina está presente nas produções audiovisuais, que sempre tinham como público-alvo o homem hétero. E, por isso, tudo o que era produzido era retratado do ponto de vista masculino. Não é atoa que as mulheres tinham cada vez menos roupas e eram cada vez mais submissas.
O mundo foi construído para os homens, afinal, eles eram os detentores de patrimônio e capital.
Não precisamos ir muito longe para verificar a veracidade desse contexto. A Constituição do Brasil enxergou, por muitos anos, as mulheres como um objeto: sem direitos, sem património e sem vontades. O casamento era apenas um ritual onde o pai passava a tutela da mulher, sua filha, para as mãos do marido.
Barbie – propositalmente ou não – criou uma especie de mundo novo – fictício, é claro – onde não são as mulheres que vivem a mercê do homem, mas o contrário. O Ken só existe por causa da Barbie.
Se pudessem escolher, em qual dos mundos vocês viveriam?